sábado, 12 de abril de 2008

Último Instante

Caminhando entre as estradas eu as sobrevôo num rasante
E lentamente me curvo diante das suas perfeitas curvas
Deleitando-me em brisa pura.
A clareza e perfeição das luzes me atingem a face,
Úmida e dilacerada.
Na esperança de uma nova estrada
Eu mergulho em pistas puras,
Repletas de sonhos no asfalto
E me ralo e rolo pelo chão de plumas
Sob a chuva da nova estação
E a emoção de ser tão viva quanto a terra me faz
Desejar ser brisa para acariciá-la.
Caminhando sobre as estradas eu as traço num rasante
E lentamente me deito com os pés e as mãos na areia.
Tenho novamente os olhos no céu e os dedos na terra.

(Maria Otávia Sanchez da Cunha)

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