sábado, 18 de abril de 2009

Miragem

Os olhos encheram-se
De luz.
Refletiram o brilho.
Confundiram-se com a miragem que viam.
Viviam naquela ilusão.

A boca seguiu o que os olhos disseram
E os ouvidos não ouviram
O que a alma intuiu,
Em silêncio

Os olhos encheram-se
De ilusão.
Refletiram o sonho.
Confundiram-se com a realidade que viviam.
Viram tudo naquela encenação.

A boca seguiu o que os olhos sentiam
E os ouvidos não ouviram
O que a alma sofria,
Em excesso.

Um dia os olhos se abriram
E cegaram-se diante da revelação,
Não puderam mais ver a miragem.
A boca seca diante da verdade
Não pode mais beber do seu oásis
E os ouvidos deixaram de escutar a
Brisa com sua malandragem.
Todos os sentidos lembraram-se da alma.

A alma calada entendeu a confusão dos sentidos,
Consumidos pelo engano de uma simples miragem,
Deliciosa e envolvente.
Todos os sentidos foram curados
E a aflição de tocar a realidade
Transformou-se em normalidade.

Todos os sentidos foram reinventados e
Compartilhados com a alma.
Aprenderam a esquecer a doçura das miragens
E passaram a viver verdades.

Maria Otávia Sanchez da Cunha

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