quarta-feira, 14 de maio de 2008

Esquecido

Meu peito tem sorte
E sofre.
Um tanto quanto sofrido
E tem sorte.
Toda sua sorte
É poder esquecer-se.
Sabe esquecer
Sem perder.
Ferido
Ele caminha melhor,
Segue em frente
Não perde o caminho.
Ele se esquece e
Tudo se vai para a memória,
Uma lembrança
Distante.
Gosto do meu peito,
Pois ele não sente o que lembra.
Deliro-me na minha mente,
Recordo-me de tudo
E o peito não sente.
Talvez por isso ele seja tão vivo,
É sempre novo para viver
Um novo dia.
Meu peito tem sorte,
Nele cabem tantas coisas
E nenhuma ocupa o lugar da outra.
Ele tem sorte,
Sabe sofrer,
Sabe esquecer,
Sabe aprender e entender,
Que é grande o suficiente
Para amar diariamente
Uma nova idéia para viver.

(Maria Otávia Sanchez da Cunha)

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